A hegemonia da burguesia industrial brasileira: o caso do ensino técnico profissional (1930-1950)

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DOI:

https://doi.org/10.24933/horizontes.v39i1.1051

Resumo

No presente artigo, analisa-se como a burguesia industrial brasileira organizou-se, entre 1930 e 1950, em torno da criação de estratégias que lhe permitiram não apenas fomentar a industrialização do país, como também implementar seu ideário político-econômico. A criação do Instituto de Organização Racional do Trabalho – IDORT e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, representam importantes passos para a garantia da hegemonia burguesa. Também avalia como os acordos bilaterais firmados entre Brasil e Estados Unidos para a educação técnica industrial permitiram a interferência dos EUA em assuntos brasileiros. Os argumentos pautam-se em publicações do IDORT e no Decreto-Lei n.9.724/1946 por meio do qual firmou-se o primeiro dos acordos bilaterais mencionados.

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Biografia do Autor

Talita Francieli Bordignon, UNESP Rio Claro

Possui graduação em História pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP-Franca, 2008) e a segunda licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário de Araras "Dr. Edmundo Ulson" (2019). Cursou o Mestrado em Filosofia e História da Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP, 2012). Trabalhou como professora celetista pela Prefeitura Municipal de Rio Claro, tendo atuado na Escola Municipal Agrícola "Eng. Rubens Foot Guimarães". É Doutora em História, Filosofia e Sociologia da Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar, 2018). Atualmente é Professora Substituta no Departamento de Educação da UNESP Rio Claro e Professora de História na Educação Básica, na rede pública estadual de São Paulo, na categoria dos professores efetivos e titulares de cargo.

Eraldo Leme Batista, Univás

Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, área de pesquisa: Filosofia e Historia da Educação e Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR (História, Sociedade e Educação no Brasil). Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, área de pesquisa em Ciências Sociais na Educação e GEPEDISC (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Diferenciação Sociocultural). Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1999)/ PUC-CAMPINAS. Licenciado em Pedagogia pela UNINOVE (Universidade Nove de Julho em 2014). Tem experiência docente na área de Educação, com ênfase em História da Educação, Sociologia da Educação, Sociologia do Trabalho, Pensamento Pedagógico, Políticas Educacionais, Pensamento Sociológico, História do Brasil, História Contemporânea, História Social e do Trabalho. Professor (2014?2016) no curso de Pedagogia da UNIOESTE, Campus de Cascavel/PR. Professor em cursos de Pedagogia e História em outras Instituições de Ensino Superior até 2014. Atuei em curso de Pós Graduação Lato Sensu/Especialização (Curso de Gestores - 2005-2006) pela Faculdade de Educação da Unicamp. Atuei como Professor em curso de Pós Graduação Lato Sensu em Gestão Educacional (2010-2011).

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Publicado

06-10-2021

Como Citar

Bordignon, T. F., & Batista, E. L. (2021). A hegemonia da burguesia industrial brasileira: o caso do ensino técnico profissional (1930-1950). Horizontes, 39(1), e021054. https://doi.org/10.24933/horizontes.v39i1.1051