Educação do olhar e das sensibilidades pela leitura de imagens visuais nos livros didáticos de história
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v35i1.498Resumo
Este artigo analisa as práticas de educação do olhar e das sensibilidades a partir do uso de imagens visuais impressas nos livros didáticos de ensino de História. Examinamos diferentes coleções desses manuais produzidos por variados autores e editoras e trabalhamos com edições distintas desses artefatos escolares contemporâneos. Entendemos que as imagens de patrimônios históricos reproduzidas para esses tipos de livros hierarquizam e legitimam a ideia de representação visual da beleza estética da arte e arquitetura clássica europeia e suas variações. Tomamos como pressuposto que as imagens impressas expressam determinadas informações relativas à ideia de patrimônio cultural ressaltando valores estéticos e simbólicos. Elas evidenciam esses tipos de significações, estimulando determinados gostos estéticos e o olhar que contribuem para o desenvolvimento da educação das sensibilidades. Discutimos, também, como a educação política dos sentidos pode nos instigar a refletir sobre os paradigmas da modernidade europeia, calcados nas ideias de civilização, progresso e modernização oriundas daquele continente. Além disso, procuramos compreender o porquê de o processo de leitura de imagens visuais no ensino de História ter ganhado grande relevância a partir dos anos finais da década de 1960 e início da década de 1970. Foi a partir desse processo que os livros didáticos passaram a apresentar uma grande quantidade de iconografias coloridas, o que possibilitou que fossem criadas novas perspectivas metodológicas em relação à exploração desses veículos de informação, que foram e são, ainda hoje, sacralizados na relação com as particularidades locais que tendem a ser desqualificadas e tidas, também, como precárias, modestas, atrasadas.
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