(Sobre)vivências de docentes lésbicas, gays e bissexuais no ensino superior privado de Belo Horizonte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24933/horizontes.v41i1.1510

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo apresentar e discutir as estratégias que docentes lésbicas, gays e bissexuais utilizam dentro do espaço educacional para conviver com a cisheteronormatividade e se manter ou conquistar o reconhecimento de ser professor(a). A pesquisa se estruturou, por meio de entrevistas narrativas com professoras e professores do ensino superior privado de Belo Horizonte, cujas análises aconteceram em consonância com teorias de identidade. Com isso, foi possível perceber que, por vezes, docentes fazem uso da cisheteronormatividade ‒conscientemente ou não ‒ para garantir o reconhecimento na profissão que ocupam e, assim, conseguir se manter, com menos impactos, dentro do sistema normativo

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Biografia do Autor

Isabella Campos Freitas D'Avila, Centro Universitário de Belo Horizonte

Psicóloga, mestre em Educação pela UFMG. Coordenadora da Regional MG-GO dos Núcleos de Apoio ao Aluno do grupo Ânima

Luiz Paulo Ribeiro, UFMG

Psicólogo. Mestre em promoção da saúde e prevenção da violência (UFMG) e doutor em Educação (UFMG). Atua como professor de psicologia social da Educação no Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da Faculdade de Educação da UFMG.

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Publicado

31-07-2023

Como Citar

D’Avila, I. C. F., & Ribeiro, L. P. (2023). (Sobre)vivências de docentes lésbicas, gays e bissexuais no ensino superior privado de Belo Horizonte. Horizontes, 41(1), e023021. https://doi.org/10.24933/horizontes.v41i1.1510

Edição

Seção

Seção Temática: Narrativas docentes: gênero transgressor e (auto)formativo