“Professor, o senhor gosta de mulher?”: as performances e as performatividades de professores gays
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v41i1.1537Resumo
Apresentam-se, neste artigo, as narrativas docentes de dois professores gays atuantes na cidade de Mamanguape, PB. O objetivo consiste em estudar as performances desenvolvidas por eles no espaço escolar bem como os seus trânsitos dentro dos muros educativos. Tomou-se, como opção metodológica, a pesquisa narrativa, e, para geração de dados, foram realizadas entrevistas com os professores. Os resultados do estudo sinalizaram para um espaço educativo ainda vinculado aos padrões heteronormativos, mas atravessado por movimentos de rupturas, como a presença, em seu interior, dos docentes gays, que, ao desenvolverem suas performances dentro dos muros escolares, podem construir discursos outros, capazes de romper com os estereótipos socialmente difundidos sobre as homossexualidades.
Downloads
Referências
ABRAHÃO, M. H. M. B. Memória, narrativas e pesquisa autobiográfica. História da Educação, Pelotas, v. 7, n. 14, p. 79-95, jul./dez. 2003. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30223 Acesso em: 1 mar. 2023.
BALIEIRO, F. F. “Não se meta com meus filhos”: a construção do pânico moral da criança sob ameaça. Cadernos Pagu, Campinas, v. 53, p. 1-15, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/18094449201800530006
BOLA, J. Seja homem: a masculinidade desmascarada. Tradução de Rafael Spuldar. Porto Alegre: Dublinense, 2020.
BORBA, R. A linguagem importa? Sobre performance, performatividade e peregrinações conceituais. Cadernos Pagu, Campinas, v. 43, p. 442-473, jul./dez. 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-8333201400430441
BUTLER, J. Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Veronica Daminelli e Daniel Yago Françoli. São Paulo: Crocodilo, 2020a.
BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. In: LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 151-172.
BUTLER, J. Desfazendo gênero. Tradução de Aléxia Bretas, Ana Luiza Gussen, Beatriz Zampieri, Gabriel Lisboa Ponciano, Luís Felipe Teixeira, Nathan Teixeira, Petra Bastone e Victor Galdino. São Paulo: Unesp, 2022.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 19. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020b.
CONNEL, R. W. Políticas da masculinidade. Educação e realidade, Austrália, v. 20, n. 2, p. 185-206, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71725 Acesso em: 1 mar. 2023.
ERIBON, D. Reflexões sobre a questão gay. Tradução de Procopio Abreu. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008.
FOUCAULT, M. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
FRANÇA, F. G. R. “Eu acho que a minha identidade de professora é homossexual”: narrativas e experiências de professor@s homossexuais. 2014. 220 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014.
FRANÇA, F. G. R. “Você é viado? Você gosta de homem?”: professores/as homossexuais e o dispositivo da sexualidade na escola. Educação, Santa Maria, v. 44, p. 1-18, 2019. DOI: https://doi.org/10.5902/1984644436730
FREIRE, P. A Educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.
GOMES, M. M. G. “Ah, este professor é um bichona, um viadão! Quem se importa com ele?”: um estudo auto-etnográfico da violência homofóbica em uma escola do subúrbio ferroviário de Salvador. 2018. 133 f. Dissertação (Mestrado em Crítica Cultural) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2018.
JUNQUEIRA, R. D. A invenção da “ideologia de gênero”: um projeto reacionário de poder. Brasília: Letras Livres, 2022.
LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, G. L. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 9-42.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
MISKOLCI, R. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
MISKOLCI, R.; CAMPANA, M. “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Sociedade e Estado, Brasília, v. 32, n. 3, p. 725-747, set./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203008
OLIVEIRA NETO, I. S. de. Vivências de professores gays e lésbicas no ensino de geografia em escolas do ensino básico. 2019. 140 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2019.
SEFFNER, F. Sigam-me os bons: apuros e aflições nos enfrentamentos ao regime da heteronormatividade no espaço escolar. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 145-159, jan./mar. 2013. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1517-97022013000100010&script=sci_abstract Acesso em: 3 mar. 2023.
SILVA, M. A. Da performance à performatividade: possíveis diálogos com Judith Butler na antropologia de um festival de cinema. Periódicus, Salvador, v. 1, n. 3, p. 64-84, maio/out. 2015. DOI: https://doi.org/10.9771/peri.v1i3.14256
SOUSA, M. G. S.; CABRAL, C. L. O. A narrativa como opção metodológica de pesquisa e formação de professores. Horizontes, Itatiba, v. 33, n. 2, p. 149-158, jul./dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.24933/horizontes.v33i2.149
SOUZA, E. C. Pesquisa narrativa e escrita (auto)biográfica: interfaces metodológicas e formativas. In: SOUZA, E. C.; ABRAHÃO, M. H. M. B. Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si. Porto Alegre: EDIPICURS, 2006. p. 135-147.
TREVISAN, J. S. Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Joanderson de Oliveira Gomes, Joseval dos Reis Miranda
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, desde que através do link da Horizontes) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) O trabalho para submissão deve ser acompanhado por uma carta escaneada assinada por todos os autores, informando que o trabalho não foi enviado para nenhum outro periódico e que acatam as normas contidas nas Diretrizes da Horizontes.
