O desafio ético da escrita e da pesquisa em Educação
considerações sobre compromisso com o conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v41i1.1603Resumo
O objetivo deste artigo foi discutir os desafios éticos da pesquisa em educação, tendo como ponto de partida a questão da escrita e da honestidade intelectual. A escrita científica deve ser criteriosamente pensada e minuciosamente articulada em relação à língua que se propõe comunicar, uma vez que, sem a organização lógica do pensamento, não há uma série de atributos para a construção da coesão e da coerência do texto. Embora seja premissa de maior importância, o rigor com o texto, seja em seus aspectos semânticos ou sintáticos, não é o único fator a ser considerado no momento da produção. Sobretudo na ciência, em que a difusão do conhecimento sempre precisa ser aliada ao componente ético, é preciso ter consciência para pensar a pesquisa como um momento de colaboração social, em que os dados devem ser tratados de forma séria e sem manipulações. Recorre-se, neste texto, aos pressupostos da pesquisa de cunho bibliográfico, baseando-se nos estudos de Antunes (2010), Brasileiro (2013), Koch (2003, 2008), Koch e Traváglia (2007), Nóvoa (2015), Serrano (2011), Severino (2015), dentre outros que discutem o universo da escrita científica e da ética na pesquisa.
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