Pandemia e os ideais ascéticos
o adoecimento da vontade de poder
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v43i1.1912Palavras-chave:
Ideais ascéticos, Nietzsche, PandemiaResumo
A pandemia produziu no mundo um sofrimento de proporções inimagináveis. O impacto foi global e nos aproximou da finitude humana, condição sempre perturbadora. Vivemos agora um período pós-pandemia, e afinal, o que aprendemos com ela? Neste artigo, levanto a tese de que voltamos a nos ancorar em ideais ascéticos, especialmente aqueles que prometem aliviar, anestesiar nosso sofrimento. O ideal ascético na obra de Nietzsche, metodologicamente, quer nos mostrar como a vida degenera quando buscamos sentidos para o sofrimento, submetendo-nos a narrativas de culpa, configurando um novo tipo de moralismo. O ascetismo em Nietzsche é analisado como um sintoma de uma vontade de poder enfraquecida, cujo efeito, em um contexto de pandemia, embrutece a possibilidade de expandir a força para afirmar a vida.
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