Pandemia e os ideais ascéticos

o adoecimento da vontade de poder

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24933/horizontes.v43i1.1912

Palavras-chave:

Ideais ascéticos, Nietzsche, Pandemia

Resumo

A pandemia produziu no mundo um sofrimento de proporções inimagináveis. O impacto foi global e nos aproximou da finitude humana, condição sempre perturbadora. Vivemos agora um período pós-pandemia, e afinal, o que aprendemos com ela? Neste artigo, levanto a tese de que voltamos a nos ancorar em ideais ascéticos, especialmente aqueles que prometem aliviar, anestesiar nosso sofrimento. O ideal ascético na obra de Nietzsche, metodologicamente, quer nos mostrar como a vida degenera quando buscamos sentidos para o sofrimento, submetendo-nos a narrativas de culpa, configurando um novo tipo de moralismo. O ascetismo em Nietzsche é analisado como um sintoma de uma vontade de poder enfraquecida, cujo efeito, em um contexto de pandemia, embrutece a possibilidade de expandir a força para afirmar a vida.

 

 

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Biografia do Autor

Lucia Schneider Hardt, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Grupo de pesquisa GRAFIA, Grupo SUR PAIDEIA e a Rede Internacional de Pesquisa Educacional para o Desenvolvimento Sociocomunitário (RIPEDES)/Universidade Portucalense. Bolsista em produtividade em pesquisa-PQ-2 . 

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Publicado

03-05-2025

Como Citar

Schneider Hardt, L. (2025). Pandemia e os ideais ascéticos: o adoecimento da vontade de poder. Horizontes, 43(1), e023163. https://doi.org/10.24933/horizontes.v43i1.1912