Conhecer no/pelo sofrer: a vítima como sujeito no testemunho e na transgressão
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v38i1.1050Resumo
O sofrimento social, evento crítico que afeta o cotidiano de um grupo social, provoca uma inflexão no modo como a vítima conhece a realidade. Veena Das denomina “conhecimento envenenado” a permanência da violência na subjetividade que modifica o imaginário e os horizontes de compreensão da vida. Articulando a dimensão social e individual do processo formativo humano, provoca a Filosofia da Educação a refletir sobre as relações entre apostas éticas e a sujeiticidade da vítima. No encontro de teorias pós-colonial e descolonial, propõe-se uma revisão das categorias de Das em diálogo com o pensamento crítico latino-americano. Permanece o desafio de melhor caracterizar o conhecimento produzido na dor e na compaixão, como forma de renovação do marco categorial da Filosofia da Educação.
Downloads
Referências
CARVALHO, J. E. C. Violência e sofrimento social: a resistência feminina na obra de Veena Das, Saúde e Sociedade, vol. 17, nº 03, São Paulo, Julho/Setembro 2008.
COELHO, A. S. Legitimação teológica do sofrimento como pedagogia: uma crítica em Veena Das. Revista Educação (PUCRS. ONLINE), v. 40, p. 41-52, 2017.
COELHO, A. S. Horizontes de plausibilidade sob a crítica da filosofia: entre luzes, horrores e vítimas. Reflexão e Ação, v.26, Edição 3, 2018, p.34-51.
COELHO, A. S.; CORREIA, J. A. C.. A Banalização da injustiça social e a Pedagogia do sofrimento: categorias para pensar a educação sob o neoliberalismo. Contrapontos (Online), v. 19, p. 90-103, 2019.
DAS, V. “Sufrimientos, Teodiceas, Práticas Disciplinarias y Apropriaciones”, UNESCO, Revista Internacional d Ciências Sociales, nº 154, Antropologia- Temas y Perspectivas: II. Explorar nuevos horizontes, 2002.
DAS, V. “El acto de presenciar. Violencia, conocimiento envenenado y subjetividade”. In.: Veena Das: sujetos del dolor, agentes de dignidad, Bogotá: Universidad Nacional de Colombia / Instituto Pensar, 2008, p.217-250.
DAS, V. et al. (Org.). Violence and subjectivity. Berkeley: University of California Press, 2000.
DAS, V.; KLEINMAN, A.; LOCK, M., Social suffering. Berkeley: University of California Press, 1997.
DAS, V.; POOLE, D. El estado y sus márgenes; etnografias comparadas. Cuadernos de Antropología Social, UBA, n. 27, p. 19-52, 2008.
DUSSEL, E. Para uma ética da libertação latino-americana: eticidade e moralidade, São Paulo/ Piracicaba: Loyola/ UNIMEP, 1977.
DUSSEL, E. Filosofia da Libertação: Crítica à ideologia da exclusão. S. Paulo: Paulus, 1995.
DUSSEL, E. Ética da Libertação: na idade da globalização e da exclusão, Petrópolis: Vozes, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HINKELAMMERT, F.J. El grito del sujeto, San José: DEI, 1998.
HINKELAMMERT, F.J. El retorno del sujeto reprimido, Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, 2002.
JIMENO, M. Lenguagem, subjetividad y experiencias de violencia, Antípoda nº 5, julio-diciembre de 2007, páginas 169-190.
ORTEGA, F. A. (ed.), Veena Das: sujetos del dolor, agentes de dignidad, Bogotá: Universidad Nacional de Colombia- Instituto Pensar, 2008.
LÖWY, M.; NAÏR, S. Lucien Goldmann: Ou a dialética da totalidade. São Paulo: Boitempo, 2008.
PEREIRA, P. P. G. Violência, gênero e cotidiano: o trabalho de Veena Das. Cadernos Pagu, (35), São Paulo, Julho-dezembro de 2010, (2016), 357-369. Acesso em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644975
PEREIRA, P.P.G., “Antropologia e Direitos Humanos: entre o silêncio e a voz” Revista Virtual de Antropologia; v.18: p.2-30, 2004.
ROMERO, J. P. A. “De un dolor a un saber: cuerpo, sufrimiento y memoria en los límites de la escritura”, en Papeles del CEIC, vol. 2010/2, nº 63, CEIC (Centro de Estudios sobre la Identidad Colectiva), Universidad del País Vasco, http://www.identidadcolectiva.es/pdf/63.pdf
SANTOS, B. S. O Fim do Império Cognitivo: A afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2019.
WIRTH, L. E. Religião entre o instituído e as vivências cotidianas: Chaves de leitura a partir de Michel de Certeau e Veena Das. Caminhos Goiânia, v. 14, n. 1, p. 275-290, jan./jun., 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, desde que através do link da Horizontes) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) O trabalho para submissão deve ser acompanhado por uma carta escaneada assinada por todos os autores, informando que o trabalho não foi enviado para nenhum outro periódico e que acatam as normas contidas nas Diretrizes da Horizontes.