Representações da velhice: uma análise dos desenhos de crianças, antes e depois de uma ação educativa gerontológica
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v40i1.1212Resumo
O objetivo deste artigo é analisar as representações da velhice em desenhos de crianças. O referencial teórico adotado está pautado em Vygotsky e Moscovici e considera o espectro sociocognitivo de suas teorias. Parte-se do princípio de que as crianças não desenham apenas o que veem, mas o que sentem, somado ao que ouvem. A pesquisa de campo foi, assim, realizada em uma escola pública de Ensino Fundamental e teve como participantes 32 meninas e 34 meninos. O procedimento previu a coleta dos seus desenhos antes e depois de uma ação educativa gerontológica baseada na audição de livros infantis com personagens idosos. Caraterizada como uma pesquisa-ação, a investigação está vinculada a aspectos sociais e considera tanto os interesses científicos e acadêmicos das pesquisadoras quanto os sentidos que as crianças atribuem às pessoas idosas. Para a análise, de abordagem quali-quantitativa, características físicas, emoções, vestimentas, contexto, atividades e interação social foram correlacionadas ao gênero dos participantes. Diferenças significativas foram encontradas entre os gêneros, com destaque para as meninas que representaram uma velhice mais positiva. Os resultados sugerem a necessidade de novos olhares em relação a essas impressões.
Downloads
Referências
DIAS, A.; MIGUEL, I. Ser idoso aos olhos dos mais novos: representações sociais de crianças sobre a pessoa idosa. In: LOPES, M. J.; MENDES, F. R. P.; SILVA, A. O. (org.). Envelhecimento: estudos e perspectivas. São Paulo: Martinari, 2014, p. 113-129. Disponível em: http://hdl.handle.net/11328/1499. Acesso em: 28 maio 2020.
LICHTENSTEIN, M. J. et al. Do Middle School students really have fixed images of elders? Journal of Gerontology, [s. l.], v. 60, n. 1, p. 37-47, 2005. DOI: https://doi.org/10.1093/geronb/60.1.S37
LICHTENSTEIN, M. J. et al. The Positively Aging® teaching materials improve Middle School students’ images of older people. The Gerontologist, [s. l.], v. 41, n. 2, p. 322-332, 2001. DOI: https://doi.org/10.1093/geront/41.3.322
LOPES, E. S. de L.; PARK, M. B. Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento. Estudos de Psicologia, Natal, v. 12, n. 2, p. 141-148, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2007000200006
MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
NOGUEIRA, I. S. et al. A identidade social do idoso na perspectiva de crianças. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 1-12, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562019022.190185
OLIVEIRA, K. S. A. de et al. Representação Social do Envelhecimento: um estudo documental. In: ENCONTRO NACIONAL ABRAPSO, 16., 2011, Recife. Anais eletrônicos [...]. Recife: ABRAPSO, 2011. Disponível em: https://bit.ly/3foK4UP. Acesso em: 14 maio 2021.
PAULO, C. A. M. F. Estereótipos e representações sociais acerca do envelhecimento e da velhice. 2018. 154 f. Dissertação (Mestrado em Educação Social) – Instituto Politécnico de Bragança, Bragança, Portugal, 2018.
PEREIRA, J. K.; GIACOMIN, K. C.; FIRMO, J. O. A. A funcionalidade e incapacidade na velhice: ficar ou não ficar quieto. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 7, p. 1451-1459, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00046014
ROBINSON, T.; ZURCHER, J.; CALLAHAN, C. Youthful ideals of older adults: an analysis of children's drawings. Educational Gerontology, [s. l.], v. 41, n. 6, p. 440-450, 2015. DOI: https://doi.org/10.1080/03601277.2014.983372
RODRIGUES, S. A. R. O espelho da velhice através da visão de crianças/jovens: meio urbano versus meio rural. 2014. 107 f. Dissertação (Mestrado em Gerontologia Social) – Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, 2014.
SILVA, R. B. F. et al. O desenho da figura humana e seu uso na avaliação psicológica. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 28, n. 60, p. 55-64, jan./mar. 2010. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/f23e/8f9344b61fd37a31a5a82bb621466bde6fe3.pdf. Acesso em: 8 set. 2022.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
TODARO, M. A. Desenvolvimento e avaliação de um programa de leitura visando à mudança de atitudes de crianças em relação a idosos. 2008. 166 f. Tese (Doutorado em Educação) –Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
VAZ, A. E. B. Idadismo nas crianças: o que dizem os desenhos das crianças? 2017. 128 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social da Saúde) – Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2017.
VILLAR, F.; FABA, J. Draw a young and an older person: schoolchildren's images of older people. Educational Gerontology, [s. l.], v. 38, n. 12, p. 827-840, 2012. DOI: https://doi.org/10.1080/03601277.2011.645445
VYGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte en la infancia. Madrid: Akal, 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Monica de Ávila Todaro, Meire Cachioni
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, desde que através do link da Horizontes) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) O trabalho para submissão deve ser acompanhado por uma carta escaneada assinada por todos os autores, informando que o trabalho não foi enviado para nenhum outro periódico e que acatam as normas contidas nas Diretrizes da Horizontes.