Estereótipos sobre a docência em conteúdos humorísticos

relações com a colonialidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24933/horizontes.v42i1.1858

Palavras-chave:

Estereótipos., Humor, Docência, Colonialidade

Resumo

O artigo discute a construção e a manutenção de estereótipos acerca da docência em conteúdos humorísticos veiculados na mídia, com foco no vídeo Tipos de professores do comediante Diogo Almeida, disponível na plataforma YouTube. Na análise utilizou-se a metodologia denominada Etnografia de Tela, que envolve observação e interpretação de conteúdos audiovisuais, tendo em vista a compreensão de fenômenos culturais e sociais. O estudo destaca o modo como determinados estereótipos carregam marcas da colonialidade perpetuando desigualdades sociais e de gênero. Os resultados apontam para a predominância de representações negativas do trabalho docente, que contribuem para a desvalorização da profissão e reforçam ideias de desigualdades e relações de poder já tão enraizadas no imaginário popular.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucenir da Silva Frazão, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar do Amazonas

Doutorando em Educação Científica e Tecnológica na Universidade Federal de Santa Catarina. É docente na Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar do Amazonas. Integra o grupo de pesquisa Núcleo de Educação em Química (NEQ) da Universidade Federal de Santa Catarina. 

Luciana Passos Sá, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

 Doutorado em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos. Docente no Programa de Pós Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) da UFSC.

Referências

ATAÍDE, P. C.; NUNES, I. de M. L. Feminização da profissão docente: as representações das professoras sobre a relação entre ser mulher e ser professora do Ensino Fundamental. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 9, n. 1, 167–188, 2016. DOI: https://doi.org/10.18764/2358-4319.v9n1p167-188

BALESTRIN, P. A.; SOARES, R. “Etnografia de tela”: uma aposta metodológica. In: MEYER, D. E.; PARAÍSO, M. A. (org.). Metodologias de pesquisa pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza, 2012. p. 87-110.

BARBOSA, L. A. L. Masculinidades, feminilidades e educação matemática: análise de gênero sob ótica discursiva de docentes matemáticos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 697-712, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-9702201609149400

BERK, L. S.; FELTEN, D. L.; TAN, S. A.; BITTMAN, B. B.; WESTENGARD, J. Modulation of neuroimmune parameters during the eustress of humor-associated mirthful laughter. Alternative Therapies in Health and Medicine, Washington, v. 7, n. 2, p. 62-72, 2001. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11253418/. Acesso em: 26 abr. 2024.

BERNARDES, D. L. G. Dizer “não” aos estereótipos sociais: as ironias do controlo mental. Análise Psicológica, Lisboa, v. 21, n. 3, p. 307-321, 2003. DOI: https://doi.org/10.14417/ap.13

BOBBIO, N. Elogio da serenidade: e outros escritos morais. Tradução de Marco Aurélio Nogueira. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2012.

BRUSCHINI, M. C. A.; AMADO, T. Estudos sobre mulher e educação: algumas questões sobre o magistério. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 64, p. 4-13, 1988. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0100-15741988000100001&script=sci_abstract. Acesso em: 21 abr. 2024.

CANDAU, V. M. F. Educação em direitos humanos: questões pedagógicas. In: BITTAR, E. (org.). Educação e metodologia para os direitos humanos. São Paulo: Quartier Latin, 2008. p. 285-298.

CAROSSI, M.; SILVEIRA, R. M. H. Rindo de professores(as): um estudo do humor sobre a docência. Revista de Iniciação Científica da ULBRA, [S. l.], n. 3, p. 239-248, 2004. Disponível em: http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/ic/article/view/2027. Acesso em: 1 dez. 2022.

CHA, M. Y.; HONG, H. S. Effect and Path Analises of Laughter Therapy on Serotonin, Depression and Quality of Life in Middle-aged Women. Journal of Korean Academy of Nursing, Seoul, v. 45, n. 2, p. 221-30, 2015. DOI: https://doi.org/10.4040/jkan.2015.45.2.221

FRAZÃO, L. da S.; SÁ, L. P. Decolonialidade e desenvolvimento profissional docente: questões (im)pertinentes à educação científica. Revista Educação em Questão, Natal, v. 61, n. 69, e-32431, 2023. DOI: https://doi.org/10.21680/1981-1802.2023v61n69ID32431

FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d´Água, 1997.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

GONÇALVES, J. P. Representações sociais de homens professores sobre o trabalho educativo desenvolvido com crianças. Teoria e Prática da Educação, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 45-52, 2011. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/TeorPratEduc/article/view/10155. Acesso em: 10 jan. 2023.

HALL, S. Cultura e representação. Tradução de Daniel Miranda e Willian Oliveira. Organização e Revisão Técnica de Arthur Ituassu. Rio de Janeiro: PUC-Rio: Apicuri, 2016.

INOCÊNCIO, A. F.; CARVALHO, F. A.; PEREIRA, T. T. A invenção discursiva da mulher histérica: uma imersão no filme Augustine. Revista Periódicus, [S. l.], v. 1, n. 5, p. 321-334, 2016. DOI: https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17194

JODELET, D. Représentations sociales: un domaine en expansion. In: JODELET, D. (ed.) Les représentations sociales. Paris: PUF, 1989. p. 31-61.

KUHLMANN JÚNIOR, M. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 2007.

LIMA, C. F.; REIMBERG, C. O.; SILVA, J. P. da; LORENZI, R. L. (org.). Seminários - Trabalho e saúde dos professores: precarização, adoecimento e caminhos para a mudança. São Paulo: Fundacentro, 2023. Ebook. 304 p. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/HNR4SCAXA4Q6G9GXGF8T9NVHSVT234.pdf. Acesso em: 26 abr. 2024.

LIMA, L. A.; SILVA, D. A.; CIRÍACO, K. T. “Um meme vale mais que mil palavras”: representações sociais configuradas sobre a docência e o professor na internet. Revista Triângulo, Uberaba, v. 13, n. 3, p. 3-23, 2020. DOI: https://doi.org/10.18554/rt.v13i3.4839

LOCATELLI, C.; DINIZ-PEREIRA, J. E. Quem são os atuais estudantes das licenciaturas no Brasil? Perfil socioeconômico e relação com o magistério. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 26, n. 3, p. 225-243, 2019. DOI: https://doi.org/10.18764/2178-2229.v26n3p225-243

MALDONADO-TORRES, N. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 27-53.

MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

OLIVEIRA, H.; GONÇALVES, E. Colonialidade do poder, educação e movimentos sociais na América Latina: novos caminhos a partir de ocupações secundaristas. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 53, n. 3, p. 337-379, 2022. DOI: https://doi.org/10.36517/rcs.53.3.a04

PANIAGO, R. N. Desencanto pela docência no Brasil: desafio à formação inicial de professores. Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, v. 16, n. 35, p. 1-17, 2023. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v16i35.18612

PAVAN, R. Representações identitárias na cultura midiática - o lugar do estereótipo na produção humorística. Interações, Campo Grande, v. 21, n. 4, p. 753-764, 2020. DOI: https://doi.org/10.20435/inter.v21i4.2777

PHILIPPSEN, N. I.; FARIAS, A. B. Mídia, humor e preconceito: programa humorístico Zorra Total como alimentador de preconceitos. Revista de Letras Norte@mentos, [S. l.], v. 9, n. 20, 2016. DOI: https://doi.org/10.30681/rln.v9i20.7199

PINHEIRO, B. C. S. Como ser um educador antirracista. São Paulo: Planeta, 2023.

QUIJANO, A. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. In: LANDER, E. (org.). Colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 117-142.

RIAL, C. Antropologia e mídia: breve panorama das teorias de comunicação. Antropologia em primeira mão, Florianópolis, v. 9, n. 74, p. 4-67, 2004. Disponível em: https://apm.ufsc.br/titulos-publicados/2004-2/. Acesso em: 26 abr. 2024.

SANTOS, B. M. S.; FARIAS, W. S. Quem tem medo do professor? O discurso de ódio endereçado a professores no espaço virtual. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 52, p. e09348, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/198053149348

SILVA, J. M. S. Ser tia ou professora? Profissionalidade na Educação Infantil, um olhar sobre as representações de professores do segmento. Revista de Iniciação à Docência, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 549-564, 2021. DOI: https://doi.org/10.22481/riduesb.v6i2.9108

SILVA, P. C. D. O uso da figura do estereótipo nos programas de humor na televisão brasileira: uma análise linguístico-discursiva acerca dos efeitos de sentido humorístico em gêneros de humor. Research, Society and Development, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 55-68, 2016. DOI: https://doi.org/10.17648/rsd-v3i1.39

TAGALIDOU, N.; LODERER, V.; DISTLBERGER, E.; LAIREITER, A.-R. Feasibility of a humor training to promote humor and decrease stress in a subclinical sample: A single-arm pilot study. Frontiers in psychology, [S. l.], n. 9, p. 1-10, 2018. DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.00577

TIPOS de professor. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (5 min 50 s). Publicado pelo canal Diogo Almeida. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GaSX832zYDw. Acesso em: 21 abr. 2024.

TRAVAGLIA, L. C. O que é engraçado? - Categorias do risível e o humor brasileiro na televisão. Revista Leitura, [S. l.], v. 1, n. 5-6, p. 42–79, 2019. DOI: https://doi.org/10.28998/2317-9945.19895-6.42-79

VIDEIRA, I.; MARTINS, R. Terapia do riso: benefícios no humor e na felicidade dos profissionais de saúde. Gestão e Desenvolvimento, Lisboa, n. 31, p. 103-121, 2023. DOI: https://doi.org/10.34632/gestaoedesenvolvimento.2023.11845

Downloads

Publicado

09-12-2024

Como Citar

da Silva Frazão, L., & Sá, L. P. (2024). Estereótipos sobre a docência em conteúdos humorísticos: relações com a colonialidade . Horizontes, 42(1), e023151. https://doi.org/10.24933/horizontes.v42i1.1858

Edição

v. 42 n. 1 (2024): Publicação contínua

Seção

Artigos

Licença

Copyright (c) 2024 Lucenir da Silva Frazão, Luciana Passos Sá

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, desde que através do link da Horizontes) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).

d) O trabalho para submissão deve ser acompanhado por uma carta escaneada assinada por todos os autores, informando que o trabalho não foi enviado para nenhum outro periódico e que acatam as normas contidas nas Diretrizes da Horizontes.