Pedagogia do acolhimento: Reflexões sobre a poética do espaço em Bachelard
DOI:
https://doi.org/10.24933/horizontes.v39i1.1229Abstract
A filosofia bachelardiana nos conduz através de uma radical (e ao mesmo tempo sutil) dualidade: há um mundo diurno e há um mundo noturno. Pode-se agrupar sob essas duas imagens os conceitos da psicologia analítica do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung: os arquétipos animus e ânima. No primeiro, estão as imagens do masculino, as atividades a que Bachelard irá nos conduzir como obras do “espírito”: a virilidade, a potência, o trabalho, a realidade, as coisas do mundo, a ciência. Já no segundo estão as imagens do feminino, da “alma”: o repouso, a aceitação, o acolhimento, os sonhos, a poesia. Segundo Bachelard, esses dois polos operam de modos distintos. O animus, o polo mais “racional”, da ciência, opera a partir de uma recusa às primeiras imagens, a partir de um “não”. Enquanto que para a anima tudo é “sim”, tudo é acolhimento, tudo tem lugar no mundo. E, como bem se sabe, o ser nasce do feminino, da mulher. É justamente a partir desse ponto que a reflexão proposta do resumo se constrói: como estão as imagens de anima na educação (formal e informal)? Há “espaço” suficiente de reflexão para uma pedagogia da acolhida? Iremos desvelar essas perguntas a partir das aproximações com as interpretações principalmente de Durand e Duborgel e das implicações possíveis do pensamento bachelardiano com uma filosofia da educação, com o intuito de fornecer evidências de que há um pensamento pedagógico em A poética do espaço.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, desde que através do link da Horizontes) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) O trabalho para submissão deve ser acompanhado por uma carta escaneada assinada por todos os autores, informando que o trabalho não foi enviado para nenhum outro periódico e que acatam as normas contidas nas Diretrizes da Horizontes.